domingo, 26 de abril de 2009

O rapaz dos olhos Azuis

A sala estava cheia de gente, cheia de sons. Eu entrei distraída, conversando, sem esperar nada nem ninguém. Sentei-me ao balcão, bebi um café. Era uma noite normal, um sítio agradável, uma boa companhia. Entretanto, já sentada numa mesa junto a janela, reparei naqueles olhos azuis, naqueles doces olhos azuis que entravam na sala e sorriam. O barulho da música, das pessoas, subitamente tudo parou. Eu fiquei bloqueada, parada entre a realidade e o sonho, fixada naqueles olhos azuis. Naquele momento, naqueles olhos, naquela alma ali espelhada, encontrei a ternura, o carinho, a doçura que sei que me fariam sentir completa, mas que não pude nem poderia alcançar. Era arriscado de mais.


O dia do Adeus

Nem hoje, nem amanhã, nem além...
Não parece haver um dia em que eu vá conseguir dizer adeus ao ontem.
Não há um dia em que eu não pense nesse ontem, por um segundo que seja, por horas às vezes.
Assim, essa memória do que foi, do que fomos, continua aqui comigo, e o dia do adeus não chega.
Penso ser hoje, mas não é... Lá vêm a memória, lá vêm o ontem, mesmo que por um breve instante.
E eu fico aqui, à espera, em silêncio no meu coração... À espera desse dia, o dia do adeus.