num dia destes, sentada num café, a ler uma revista, um senhor pediu para se sentar à minha beira. ele sentou-se, e começamos a falar. e uma coisa, há uma coisa que eu não me esqueço. ele disse que as pessoas andavam sempre muito preocupadas a olhar para o chão, para os seus pés, e que não tinham a capacidade para olhar em frente, para cima, e ver tudo o que de bom os rodeava. apesar de ele ter dito isto em relação a uma cidade, à cidade de évora, facilmente tudo isto se aplica à vida, aos dias, às pessoas.
E é assim, caixinhas arrumadas, malas feitas. Está tudo arrumado, empacotado, pronto para embarcar para um novo cantinho. Era fácil fotografar isto. Mas acho que não quero,não. Que agora o meu quarto, o meu cantinho há já dezoito anos, está tão vazio. Pensando que não, uma casa, um quarto, são sempre o nosso guarda memórias. E as mudanças, nem sempre são fáceis. Mas lá vou eu, de sorriso no rosto. Com alguma nostalgia ou algo semelhante. Mais um de tantos pensamentos, memórias, que ficam guardados aqui, neste quarto, o meu.
