fixo o meu olhar no nada e no nada, no nada vejo o tudo, tudo tão nítido, mas de uma falsidade e crueldade tal que os meus olhos que tudo veêm nítido se enchem de uma núvem de água que me torna a vista turba por fora, mas a nitidez, essa continua, pois meus coração sabe, e embora minta constantemente a todos, ele grita dentro de mim bem alto e bem forte, nitidamente: falsidade e crueldade! falsidade e crueldade! por fora um reflexo, por dentro um resto, pedaços de um prato que quebrou.
foi isto que sonhaste quando pensaste na palavra nós? foi isto que eu sonhei quando pensei na palavra nós? o que sonhamos afinal? nós? mas...
uhm,corre uma brisa por aqui. quem és tu? eu conheço-te? tenho a sensação de te ter visto algures. não te lembras de mim? ah,estava tão linda aquela noite. lembras-te das estrelas? da lua? eu lembro-me. a tua mão na minha,e eu não soube o que dizer,nem o que fazer. mas as mãos continuaram enterlaçadas. já te lembras? certamente te lembras do meu perfume,eu não esqueci o teu. nós. ainda não te lembras? um único coração,preso naquelas mãos enterlaçadas. já te lembras! e então,foi isto que sonhaste quando pensaste na palavra nós?