domingo, 14 de junho de 2009

acordei a meio da noite e olhei para a janela. estava a entrar luz e eu pensei "alguém se esqueceu de apagar a luz da marquise!". olhei para o relógio. afinal já eram 6:47 da manhã.
a minha mãe chamou-me às dez. eu levantei-me eram 12:42.
almocei em casa da avó. mais um almoço em família.
histórias e mais histórias,como sempre.
o meu primo que quando era pequeno dizia sepósito em vez de depósito. ou bucelidade em vez de velocidade. ou então dizia que filetes eram peixe com pijama. e agora têm um suposta namorada. uma amiga, que os meus avós teimam ser uma namorada. oh,são avós.
a inês que há-de ir para a universidade. e já sabes cozinhar? olha que a tua mãe não vai contigo! e depois? e vais para quê? e são quando os exames? ai,é já?
o elton, que se queixa que o fim de semana já está a acabar e que amanhã já tem que ir trabalhar.
fala-se de mil e uma coisas e o meu avô tem mil e uma outras histórias sobre cada assunto. quando já ninguém o está a ouvir,ele puxa me o braço e agora sou só eu que o ouço.
ah,agora lá convenceram a minha avó a ir buscar o gelado. uhm,morango. e eu lá reclamo mais gelado porque, claro,sou a unica neta,mereço mais. e, no meio de risos, a desculpa pega, e eu lá tenho direito a mais gelado.
agora está na hora de ir para o sofá, enquanto o avô e o outro avô ficam à mesa a falar de quando eram novos. e eu, quase a adormecer depois de almoçar, ouço. "Ah, eu era para me ter livrado da tropa, mas o (qualquer coisa) e o (qualquer coisa também), que eram da minha idade, acabaram por falar em mim e lá tive que ir eu. Depois foi a recruta e eu a pensar que me librava, veio lá o general e deu-me um papel para eu escolher o que queria fazer na tropa. Olha, escolhi aviação, mas fui para a cavalaria.", "Eu escolhi ir para a marinha, mas por sorte ou azar, não fui.", "Depois também acabou o tempo obrigatório e vim-me embora.", "Naquele tempo...".
e pronto,acaba tudo com um "naquele tempo..."
oh mãe,anda,vamos embora.
chego a casa. ah, vamos lá estudar. "on inês,queres vir comigo a aveiro comprar umas camisas?" vamos,vamos já!
ir a aveiro. voltar. estudar.
e agora, mais um jantar em casa da avó.
outra vez mais histórias, e mais gelado, agora de chocolate.
e sofá outra vez com as pernas esticadas em cima da mãe. uhm, miminhos da mãe.
e agora, vamos para casa, e dormimos.
até amanhã.


Um comentário:

ag disse...

nunca pensei gostar tanto da forma tão... plena como descreves o teu dia. em requintes solenes de momentos hodiernos, coisas passageiras que tantos de nós - tantas quantas vezes - nos esquecemos de apreciar. pequenas conversas e mimos de quem nos é imo. é normal. ainda mais normal, não por isso menos pelo, ou de facto por isso integralmente belo, é a simplicidade desses momentos, e a partilha dele.
o nosso dia é feito de pequenos símbolos, enfim, afazeres se lhes quiseres chamar, aos quais devemo-nos agarrar. quem assoma só os momentos grandes, conta pouco da vida, e disso que conta, pouco realmente importará.

um abracinho :)